sexta-feira, 13 de março de 2015

Kant ficha formativa - correção

Grupo I
Este grupo é uma adaptação de um conjunto de questões concebido Luís Rodrigues

1.Segundo Kant, agir moralmente bem depende:
a) Dos resultados da ação;
b) Da intenção do agente;
c) Da felicidade do agente;
d) Da satisfação interior que decorre da ação realizada.

2. Agir por dever é:
a) Respeitar a lei moral porque não se pratica crime algum.
b) Respeitar uma exigência moral hipotética;
c) Cumprir o dever sem qualquer outro objectivo.
d) Agir de uma forma em que os nossos desejos e interesses influenciam a nossa motivação.

3. Uma acção genuinamente moral é, para Kant, a que:
a) Fazemos por compaixão;
b) Fazemos por amor ao próximo;
c) Fazemos por respeito absoluto pela lei moral.
d) Fazemos por interesse em cumprir o dever.

4. Segundo Kant, para determinar o valor moral de uma acção temos de dar atenção:
a) Aos interesses envolvidos na ação;
b) À razão porque realizamos essa ação;
c) Aos efeitos da ação;
d) Ao que resulta do que fizemos.

5. A boa vontade é:
a) A vontade que age motivada exclusivamente pelo cumprimento do dever;
b) A vontade de um agente moralmente bom;
c) Uma vontade altruísta;
d) A vontade cujos atos produzem sempre boas consequências.

6. De acordo com Kant,
a) Para agir moralmente é suficiente fazer o que é correto;
b) Para agir moralmente temos de sentir simpatia pelos outros;
c) Para agir moralmente temos de fazer o que é correto pelas razões corretas;
d) Para agir moralmente temos respeitar a vontade de Deus.

7. Assinale das seguintes máximas a que para Kant tem valor moral genuíno:
a)«Serei honesto com os meus clientes de modo a ganhar a sua confiança e aumentar os meus lucros»;
b)«Serei honesto com os meus clientes porque são boas pessoas»;
c)«Não enganarei os meus clientes porque tenho bom carácter e gosto deles»;
d)«Serei honesto com os meus clientes porque a minha obrigação é respeitá-los.

8. O imperativo categórico é:
a) Um princípio condicionalmente imposto pela razão;
b) Um princípio que nos permite prever as consequências das nossas ações;
c) Uma obrigação absoluta e incondicionada;
d) Um princípio que nada tem a ver com as máximas que orientam as nossas ações.

9. Ajudar os outros por compaixão é, segundo Kant, uma ação:
a) Louvável, mas que não pode ser considerada como moralmente boa;
b) Correta porque baseada num bom sentimento;
c) Motivada pelo sentido do dever;
d) Uma ação correta porque baseada no Imperativo Categórico.

10. Ajudo alguém porque espero ser recompensado ou porque sinto ter o dever de o fazer. Isto significa que:
a) A mesma ação pode ser praticada com diferentes intenções.
b) A mesma ação pode ter diferentes consequências.
c) A moral kantiana tem origem na nossa experiência de carácter moral.
d) Apenas no primeiro caso a ação tem valor moral.

11. Quando Kant afirma que o valor moral de uma acção depende da intenção quer dizer que:
a) Uma ação tem valor moral se for motivada apenas pela compaixão pelos outros.
b) O conhecimento das intenções não é importante para determinarmos um valor moral de uma ação.
c) Há ações que não têm consequências.
d) Para determinar o valor moral de uma ação é, algumas vezes, necessário saber com que intenção essa ação foi praticada.

12. As regras morais devem ser respeitadas independentemente das consequências (boas ou más). Esta afirmação vale para:
a) O consequencialismo.
b) O utilitarismo
c) O deontologismo ou ética deontológica.
d) O altruísmo.

15. Segundo a ética deontológica de Kant, o bem último da ação é:
a) A felicidade.
b) A vontade boa.
c) O interesse da maioria.
d) Viver com a consciência tranquila.


Grupo II          

 1. Analise os seguintes textos sobre o dilema de Henrique:

 Texto A
"Numa cidade da Europa, uma mulher estava quase a morrer com um tipo muito raro de cancro. Havia um remédio, feito à base de Rádio, que os médicos imaginavam que poderia salvá-la, e que um farmacêutico da mesma cidade havia descoberto recentemente. A produção do remédio era cara, mas o farmacêutico cobrava por ele dez vezes mais do que lhe custava produzi-lo: O farmacêutico pagou €400 pelo Rádio e cobrava €4000 por uma pequena dose do remédio. Henrique, o marido da enferma, procurou todos os seus conhecidos para lhes pedir dinheiro emprestado, e tentou todos os meios legais para consegui-lo, mas só pôde obter uns €2000, que é justamente a metade do que custava o medicamento. Henrique disse ao farmacêutico que a sua mulher estava a morrer e pediu-lhe que vendesse o remédio mais barato, ou que o deixasse pagar a prestações. Mas o farmacêutico respondeu: ‘Não, eu descobri o remédio e vou ganhar dinheiro com ele’. Assim, tendo tentado obter o medicamento por todos os meios legais, Henrique, desesperado, considera a hipótese de assaltar a farmácia para roubar o medicamento para sua esposa. O Henrique deve roubar o medicamento?”
Kohlberg

Texto B
"Este caso não é, obviamente, um caso de fácil solução. Ele é, na verdade, um dilema moral. Dilemas morais são aquelas situações em que, qualquer que seja o modo de proceder, aparentemente implica violar uma norma moral e agir, portanto, contra a virtude (contra o bem moral). No caso, ou Henrique arrombaria a farmácia, e violava a norma segundo a qual não devemos roubar, ou ele deixaria a sua mulher morrer, e violava a norma segundo a qual devemos ser solidários e auxiliar todos os homens, em especial aqueles que constituem a nossa família. Como Henrique deve, então, proceder? Qual seria, então, a acção justa (moralmente boa)? 
O dilema de Henrique envolve claramente o seguinte problema, que pressupõe a questão da justiça: por que devo ser generoso com a mulher de Henrique e misericordioso para com Henrique, e não generoso e misericordioso para com o farmacêutico? Ou, ao contrário, porque devo aplicar a lei contra Henrique, e não contra o farmacêutico? Por que posso considerar como devido ou salvar a mulher de Henrique, ou não furtar, e não a acção contrária?"
Marcelo Campos Galuppo

1.1.  De acordo com a ética deontológica de Kant, o Henrique deve assaltar a farmácia e roubar o medicamento? Justifique.

As respostas a estas questões têm aqui uma versão abreviada. Nos trabalhos cooperativos as respostas devem ser mais desenvolvidas.

Resposta:

De acordo com a ética deontológica de Kant o Henrique não deve assaltar a farmácia e roubar o medicamento, porque esta ação não é universalizável, violando, assim, o Imperativo Categórico ("Age de maneira a que a máxima da tua ação se possa torar numa lei universal, válida para todos os seres racionais"), enquanto princípio da moralidade.


De acordo com Kant o valor moral das ações não deriva das suas consequências, mas da sua conformidade à lei moral, o que importa é que cumpramos o dever de forma incondicionada. Neste caso, não interessa o quanto o Henrique ame a sua esposa, ou o quanto ela precise do medicamento, uma vez que a conformidade ao dever não permite excepções.

1.2. Se o farmacêutico fosse um seguidor da ética deontológica de Kant, qual deveria ser a sua resposta ao pedido do Henrique? Justifique.

Resposta:
A resposta do farmacêutico só poderia ser afirmativa. Ao não aceitar facilitar a compra do medicamento pelo Henrique, o farmacêutico estava a pôr os seus interesses egoístas acima do cumprimento do dever moral. No fundo estará a usar a pessoa da mulher do Henrique como meio para atingir os seus próprios fins (a obtenção de riqueza com a venda da sua descoberta pelo melhor preço possível), violando, deste modo, o Imperativo Categórico nesta sua fórmula:  "Age de tal forma que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa de qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo como fim em si mesmo e nunca simplesmente como meio".
O facto de vermos o farmacêutico violar o imperativo categórico não torna aceitável que o Henrique o viole, por sua vez, roubando o medicamento.

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